P31 | o programa

Brincar na escola

A escola é o local mais universal da infância. Todas as crianças vão à escola. Por isso, à luz de tudo o que se conhece sobre os benefícios da brincadeira livre e sobre as consequências negativas da sua privação, as escolas devem ser os locais com as melhores condições para brincar, tornando também universal o acesso a esta atividade, que é estrutural na infância.

Para muitas crianças, entre um horário muito preenchido e a impossibilidade de brincar na rua, a escola é o último reduto da brincadeira.

Na escola já se brinca?

O potencial para a brincadeira livre nas escolas é inigualável. Têm espaço disponível, tempo já dedicado aos recreios e muitas crianças para brincar. Mas a que tipo de brincadeiras convidam? Tipicamente desprovidos de materiais e muitas vezes de permissão para brincar, os recreios escolares oferecem poucas possibilidades para criar brincadeiras ricas e inclusivas. São cerca de duas horas por dia com o potencial de criar as melhores memórias da infância, preenchidas com brincadeiras repetitivas e pouco imaginativas e frequentemente associadas a problemas de comportamento e a conflitos, por falta de recursos e de reconhecimento do valor da brincadeira.

O que falta?

Nas escolas faltam recursos materiais e permissão para brincar livremente.

Quando há boas condições para brincar, surgem oportunidades adequadas ao desenvolvimento e às necessidades das crianças e a brincadeira livre floresce. A integração de crianças de perfis e idades diferentes surge espontaneamente, há menos conflitos e as crianças estão mais ativas, mais felizes e mais disponíveis para aprender. Os recreios mudam e, com isso, provocam mudança. 

Isto faz muito sentido se pensarmos que estamos a falar de uma atividade indissociável da infância. Devolvê-la às crianças é simplesmente corrigir algo que está mal. 

O programa

O P31 é um programa que capacita as escolas para promover a brincadeira livre. Atua no espaço para brincar a nível de recursos materiais, na permissão para brincar a nível de capacitação, e na dotação de estratégias promotoras da participação por parte das crianças.

espaço

O espaço para brincar deve convidar a sonhar, inventar, construir. Para isso é preciso equipar os recreios com recursos materiais que ofereçam muitas possibilidades. O P31 introduz materiais que as crianças podem manipular à vontade para criar o que quiserem e lhes dê jeito para as brincadeiras que inventam. São materiais de fim aberto que, por isso, permitem infinitas possibilidades de brincadeira, estimulam a colaboração, o diálogo e a resolução de problemas, criam oportunidades para todas as crianças, promovem a imaginação e a criatividade e possibilitam brincadeiras complexas e desafiantes.

permissão

Introduzir materiais no recreio pode ser o pior pesadelo de uma escola se não for acompanhado da devida preparação. É preciso capacitar os adultos para participarem nesta transformação, para que saibam gerir e agir com confiança nas suas próprias capacidades. Como parte do P31, os funcionários da escola aprendem sobre a natureza do brincar, sobre como supervisionar a brincadeira sem a condicionar, sobre segurança e sobre o seu papel na gestão do espaço de recreio.

O P31 também chama as famílias a conhecer o programa e os seus objetivos e a participar ativamente, fortalecendo os laços entre a escola e a sua comunidade, em benefício de todos.

participação

Brincar rima com participar. A brincadeira é a área em que as crianças são os verdadeiros especialistas. É um tema que os mobiliza e que lhes desperta o máximo interesse, e isso faz da brincadeira o tema ideal para introduzir as ferramentas básicas da vida democrática e de cidadania. Se o recreio é das crianças, porque não serem elas próprias a geri-lo, a organizar-se para identificar problemas e experimentar soluções?

Com a ajuda dos professores e educadores, as crianças ganham voz nas temáticas que mais os implicam, dando cumprimento a outro importante artigo da Convenção dos Direitos da Criança que é frequentemente negligenciado, o direito a participar (Artigo 12º).

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Impacto

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Projeto em parceria com a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto